
A histerectomia, cirurgia de remoção do útero, muitas vezes é vista como uma solução definitiva para a endometriose. Mas será que ela realmente cura a doença? A resposta é: nem sempre.
A endometriose não está limitada ao útero – ela pode estar nos ovários, trompas, intestino, bexiga e até o diafragma, o que significa que apenas retirar o útero não garante que os sintomas desapareçam .
Quando a Histerectomia é Indicada para Endometriose?
Paciente tem adenomiose(endometriose dentro do músculo do útero), causando dor intensa e sangramentos frequentes.
Há falha no tratamento clínico, com persistência de sintomas incapacitantes.
A doença está muito avançada, comprometendo os órgãos e a qualidade de vida da paciente.
Se houver focos de endometriose fora do útero, a histerectomia não elimina a doença. Nesses casos, a cirurgia ideal deve incluir a remoção completa das lesões de endometriose, garantindo que a inflamação e os sintomas desapareçam de forma eficaz.
Além disso, se os ovários forem preservados, o estímulo hormonal ainda pode alimentar focos de endometriose remanescentes. Por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente.
Cirurgia Bem Feita = Qualidade de Vida
Para mulheres com endometriose grave, uma abordagem cirúrgica bem planejada, com um especialista em cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica), pode ser a melhor opção. O objetivo não é apenas retirar o útero, mas remover a doença de forma completa, garantindo a melhora dos sintomas e evitando recidivas.
Se você sofre com dores intensas e está considerando uma histerectomia, converse com um especialista para saber qual é a melhor abordagem para o seu caso.
Dr. Diego Gaspar
Oncologista | Cirurgião Oncológico e Geral
CRM-SC 21464 | RQE 22842
(O conteúdo e as informações deste post têm caráter informativo e educacional e não devem ser utilizados para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)
Referências:
- Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG)
- Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE)
- Revista de Ginecologia Minimamente Invasiva